#6: Conhecer-te...

#5: Mudar de estilo, vezes sem conta.
"Nunca me deixes, preciso de ti. O amor é uma loucura e tu precisas de mim. Em qualquer altura em qualquer lugar, sinto a tua presença até no meu olhar."
Está um homem à minha frente. O cabelo já mostra alguma idade, os óculos mostram que não vê bem: tem alguma graduação, são redondos e a armação de metal é quase nula.
Olho para ele pela terceira vez: está a fumar e sempre que aprecio o cigarro está intacto, do mesmo tamanho. O copo de ice tea está como o cigarro: nem meio vazio, nem meio cheio. Isto está-me a fazer confusão, porque a expressão e o modo como tem a cabeça baixa, está tal e qual como o cigarro e como o ice tea: intacta.
No que raio estará a pensar o senhor? Ok. Apagou o cigarro e dentro de momentos vai acender outro. Já acendeu, provavelmente o terceiro ou o quarto desde que aqui estou.
A posição da cabeça continua igual à em cima retratada. O ice tea idem, embora agora tenha tentado encher o copo com as últimas gotas que estavam na lata e por fim, o cigarro está entre dois dedos de uma mão pousada no colo, em cima de uma mala.
Mas oh homem, no que, afinal, tanto pensa? Nos últimos vinte minutos não fez mais nada além de acender cigarros, pensar, deixá-los arder e por fim apagá-los.
Vai ou não me vai dizer no que é que está a pensar? Estou cada vez mais intrigada.


Texto escrito e imagem tirada em Coimbra, 14 de Outubro de 2011
Odeio ter perguntas dentro da minha cabeça e não ter a resposta em nenhum dos degraus que está dentro dela. Pareço uma criança encantada com um brinquedo que anda a "namorar" pela televisão em Março para só o ter no Natal. O brinquedo não sai da cabeça, é o único tema que realmente sabemos debater numa conversa, é tudo o que queremos, apesar da perfeita noção que não o podemos ter. Com o passar do tempo vai-nos elouquecendo, levando-nos a um pricípicio tal que damos por nós, num determinado segundo, a pensar "salto ou não salto?"
Quais os prós e contras dessa atitude? Se não saltar vou voltar ao que era, ao cenário que vivia e aos problemas que não fui capaz de ultrapassar e que foram ficando recalcados no meu inconsciente. Teria que aprender a lidar com isso. Por outro lado, se saltasse, estaria a ir pelo caminho mais fácil, fugiria de tudo e mais ninguém poria a vista em cima. Morri. Ponto final.
O problemas das atracções é que, num curto período de tempo, sobem de nível e tornam-se paixões.

#4: Deixar-me de me meter em embrulhadas maiores que eu, mas mesmo assim ser feliz.
Quem és tu e porque chegaste agora? Irritas-me com essa tua simplicidade demasiada e com essa simpatia inata que demostras para os outros, mas e para mim? Eu que estou aqui a desesperar neste preciso momento e que só me apetece agarrar-te com toda a força e não te largar para não me fugires das mãos, da alma, da vida.
Oh meu Deus! Tens noção de onde te estás a meter? No que te estás ou podes vir a tornar... para mim?